O casamento de Ricardo e Filipa em Oeiras, Oeiras
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R&F
17 Mai, 2019A crónica do nosso casamento
Esta é a história de um casamento simples, com um filhote pequeno à mistura.
A primeira preocupação do dia era despachar o miúdo para escola para conseguirmos preparar tudo com alguma facilidade! Abri as janelas e fui logo consultar pelo menos 3 páginas sobre meteorologia para ver se havia chuva progaramada para o dia, pois o casamento ia realizar-se ao ar livre e queríamos muito conseguir fazer os nossos votos debaixo de uma linda figueira no jardim. Achei melhor fazer umas preces "lá para cima" só para garantir!
Miúdo entregue na escola, o noivo vai para o ginásio e eu vou a casa da mãe de uma amiga buscar umas flores que a senhora podou para a decoraçao das mesas e do altar. Eram tantas, que me questionei se ela teria "rapado" todo o jardim! Muito grata à dona Lurdes pela sua generosidade!
A menos de 7 horas do casamento, começo a entrar em stress! Estou no jardim da quinta a decorar o altar com tudo o que estive a finalizar até à madrugada da noite anterior! A amiga que prometeu vir ajudar-me atrasou-se e ando à luta com a figueira e os tules que quero lá pendurar e tenho que sair para o cabeleireiro daqui a hora e meia. Pelo menos, o clima promete: meio encoberto, mas nada de chuva para já.
Continuar a ler »A quatro horas e meia do casamento, tudo pronto! O altar do casamento ficou um mimo! E ainda nada de chuva à vista! Meia-hora atrasada! A correr para o cabeleireiro e esqueci-me de almoçar pelo caminho.
A quatro horas do casamento: respira, relaxa e deixa a cabeleireira trabalhar! "Olha que o cabelo está todo elétrico como tu e assim não se consegue fazer nada!" Foram precisas duas tentativas para o entrançar, mas o resultado ficou fantástico! Um momento partilhado com a minha madrinha de casamento, que também estava a arranjar o cabelo nesse momento, e ajudou a descomprimir um pouco. O bouquet e as flores para o cabelo chegaram entretanto. Menos uma proecupação! Segue para a maquillhagem!
A uma hora e meia do casamento, o telemóvel começa a tocar. Era a fotógrafa: "Olha, cheguei a tua casa, mas só cá está o Ricardo em roupa de treino!". "O quê? Ele ainda não está vestido a esta hora? Diz-lhe para se despachar e vai tu para casa da minha mãe!". Telemóvel a tocar novamente (o que não dá jeito nenhum, quando se está a tentar terminar o penteado. Era a minha mãe: "Mas onde é que tu andas? Já viste as horas?". "Horas? Estou a sair do cabeleireiro e vou já para tua casa. Não se esqueceram de ir buscar o miúdo à escola, pois não?". "Já está connosco e pronto para o casamento. Até a fotógrafa já chegou. Só faltas mesmo tu!".
Entro em casa da minha mãe e a família já lá está toda. Parabéns e tal, dá cá um beijinho, que bom que vieram mas deixem-me lá entrar no vestido, que está quase na hora. Despe à pressa, veste à pressa - mãe e madrinha e noiva-, todas no mesmo quarto a porem-se bonitas!
A quarenta minutos do casamento, fiquei finalmente pronta! O meu filho entra no quarto e quando me vê diz, completamente emocionado: "Mamã, estás tão linda!". Lágrimas nos olhos de ambos! Momento de ternura que nunca mais vou esquecer!
Depois vieram as fotografias com toda a gente. Uma amiga liga da quinta:"O noivo já cá está! Tudo ok! Convidados a chegarem. Podes vir!"
A 10 minutos do casamento, estou eestacionada no carro do meu pai, à porta da quinta. A amiga liga novamente: "Já cá está a conservadora. Avança!". Um vento frio fez-me agradecer ter uma madrinha previdente, que me ofereceu uma estola improvisada e que, ainda por cima, ficava a matar com o vestido!
Começo a descer a escadaria do jardim em direção ao altar pela mão do nosso filho, mas os olhos de todos os convidados sobre ele, fizeram-no fugir e começar a chorar, envergonhado! E agora? Não havia avós que o consolassem, decidi chamar o pai (noivo) para o acalmar, enquanto eu aguardava à entrada do corredor para o altar. Finalmente, o noivo voltou ao seu lugar e avancei para o altar pela mão de uma outra menina, filha de uns amigos, e ao som de "A Vida Toda" de Carolina Deslandes, que tocava numa coluna portátil.
Dissemos o "Sim" debaixo da figueira, depois de um discurso muito agradável da senhora conservadora, que foi de uma enorme simpatia! Sentimos o ambiente muito familiar e romântico. Voltámo-nos sob uma chuva demasiado intensa de arroz e pétalas, e passámos sob um arco de rodas de bicicleta formado pelos amigos ciclistas do meu (agora) marido.
Daí para a frente, as horas deixaram de ter importância! O clima continuava ventoso e frio, o que não permitiu que conseguíssemos aproveitar o jardim pelo tempo que tínhamos planeado e resultou em fotografias com cabelos super animados!
Tivemos que deixar o jardim uma hora antes do previsto, mas o profissionalismo do restaurante permitiu que o jantar se iniciasse pouco tempo depois. Como acontece em todos os casamentos, pouco comemos pois passámos a noite toda a dar atenção aos nossos familiares e amigos.
Finalmente chegou a altura de abrir o bolo, feito por uma amiga e encimado por bonecos feitos especialmente para nós por uma colega de trabalho. E estava fantástico e super saboroso!
O bouquet foi apanhado por uma amiga entusiasmada, dançámos um pouquinho e fomos finalmente para casa! Deitámo-nos numa cama cheia de arroz, acordámos cedo para apanhar o avião para Atenas e, quando fomos buscar o carro, tivemos uma última surpresa dos nossos amigos: corações e palavras românticas pintadas com batom, balões e meia dúzia de latas presas ao pára-choques traseiro.
Fizemos tudo como manda a tradição e também algumas coisas menos tradicionais, e foi um momento maravilhoso que passou demasiado depressa!
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